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sexta-feira, 26 de outubro de 2012

"Foguinho: A vitória do voto popular"


Pessoas inteligentes fazem entrevistas inteligentes. E emocionantes, como foi a entrevista feita pelo escritor e dramaturgo Benjamin Santos, com o vereador eleito pelo PSL, Marcos Meneses da Cruz - o Foguinho, para o jornal “O Bebém”, edição que está nas bancas.
Foguinho conta um pouco de sua história de vida, de seus sofrimentos, perseguições sofridas, preconceitos...Selecionamos trechos da matéria, que publicamos abaixo:
Onde você nasceu? Fale um pouco de você.
Em Dom Pedro, no Maranhão (...).Tenho cinco irmãos, um deles é o Marcos Palhano, um dos melhores cantores da cidade, isso eu não tenho dúvidas. Eu estudei até o sexto ano primário, não terminei porque tinha que trabalhar. Percorri muitos Estados, sempre vendendo, sempre camelô, buscando uma vida melhor, vendendo minha bigingangazinha. É a profissão que eu sempre tive, profissão que eu amo e abraço. O camelô Foguim. Só dava mesmo pra me manter, comer, dormir. Mas sempre gostei dum hotelzim bom. Conheci Parnaíba em 2000(...).
Por que você foi preso?
Porque é profissão ilegal e a gente é diferente dos outros camelôs, a gente sorri, a gente incomoda. E quando a gente incomoda, a gente paga esse preço. Mas eu não tenho mágoa. A última prisão parece que foi porque eu tinha muita mercadoria. Eu fiquei oito dias na penitenciária daqui e não consegui saber por que. Mas não quis envolver meus filhos ( ele tem o Michael Jordan e Michael Jonhson). Falei pros meus vizinhos:cuide dele, dê comida pra ele.
Você se tornou na PHB um mestre em comunicação popular. Como foi isso?
Falar, conversar. Eu descobri que o meu povo da Parnaíba é carente. É, Benjamin. Carente de amor, carente de bom dia, boa tarde, olá, tudo bem? E a família como vai? E teu filho, vai bem? Fazer uma criança sorrir. É isso. Usar minhas ferramentas, as minhas armas: dar isso pro meu povo: sorriso, bom dia, te amo, como é que tá tua mãe?
Você esperava ser eleito?
Esperava. Eu esperava, sim, porque eu acreditava no meu povo. Eu passava po rmil e diziam assim: eu vou votar em ti. Aquilo ali me fortalecia.
Você teve patrocínio financeiro?
O meu pai, o Toureiro, me ajudou sim.(Toureito é um empresário dono de uma rede de supermercados na PHB). Muitos me tiraram das calçadas, muitos e muitos. Ele sempre me apoiou, me botou debaixo da asa dele, me deu sombra. (Toureiro deixou que Foguinho instalasse seu carrinho de cedês na calçada de sua farmácia, em frente ao supermercado da Rua Pedro II). Nunca foi contra. É um pai, que eu digo que eu sempre precisava ter em Parnaíba.
Até você receber o primeiro salário, vão se passar três meses. Como é que você vai viver até lá?
Hoje, como parlamentar, eu não posso mais vender cedê pirata. Eu já sabia que era errado, mas era o jeito. A banca fica lá, com meus irmãos, eu digo irmãos-de-rua, não são meus irmãos, mas eu não tenho mais nada com a banca.
P.S.:Foguinho disse também que está há seis anos no bairro Santa Luzia pagando aluguel, depois de passar por várias pousadas.Agora, como vereador, ele tenciona comprar uma casa.
Dos novos vereadores eleitos em Parnaíba Foguinho é um dos mais requisitados para entrevistas

Fonte: B.silva

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